A Igreja exerceu o monopólio da ideologia, pois
controlava o ensino e tinha o domínio sobre as obras escritas (iluminuras). As escolas pertenciam às
paróquias ou às abadias e seus professores eram clérigos que difundiam, através
do ensino, uma visão de mundo teocêntrica. Assim, o exercício do poder
estava vinculado ao domínio do saber pela Igreja.
A Igreja medieval exerceu seu domínio tanto sobre
assuntos religiosos como sobre assuntos mundanos, lançando mão de vários
instrumentos de coerção para impor sua autoridade.
Aqueles que não obedecessem os ditames da Igreja eram
submetidos à excomunhão. Os excomungados estavam mortos para Cristo, não
podiam receber os sacramentos ou ter relações com outros cristãos. Era uma
verdadeira morte social.
Um senhor feudal faltoso com a Igreja poderia ter seu
feudo interditado. Pela interdição a Igreja suspendia os cultos e
fechava os templos do feudo, deixando a população sem o pão do espírito, o que
poderia causar revoltas camponesas.
O mais violento instrumento de força utilizado pela
Igreja medieval foi a Inquisição, criada em 1183, para combater as
heresias que proliferavam pela Europa. A pena de morte para bruxas e hereges
foi estabelecida pelo Papa Inocêncio III (1198-1216). Esse Pontífice empreendeu
a cruzada que exterminou os albigenses no sul da França, em 1209.
A Inquisição revelou-se uma reação da Igreja Católica
às heresias que se contrapunham aos dogmas eclesiásticos, foi uma demonstração
de força de uma instituição que estava perdendo sua hegemonia
Dentre as heresias mais importantes destaca-se a dos albigenses,
também conhecidos como cátaros, seu maior reduto foi a cidade de Albi no sul da
França. Negavam o clero católico. Os valdenses foram organizados por Pedro
Valdo que pregava uma Igreja pobre e humilde e a igualdade entre os homens.
A Igreja interferia no plano econômico proibindo a
usura, no plano político nomeando reis e senhores feudais, no plano militar
regulando as guerras entre os senhores feudais pela da Pax Dei ou
Paz de Deus ( lugares neutros onde a ação bélica era proibida),
geralmente cemitérios, proximidade de templos, caminhos santos e também pela Treuga
Dei ou Trégua de Deus (dias do ano nos quais a guerra era
proibida) quaresma, dias santos e domingos. A Igreja também interferia na vida
cotidiana das pessoas comuns através do monopólio civil: nascimento (batismo),
casamento e óbito (extrema unção).
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